Tempo congelado
- R. W.
- 22 de abr. de 2019
- 3 min de leitura

Depois de meses estou de volta! Primeira postagem do ano. Como vocês estão? Esse ano está parecendo a péssima continuação de 2015 que prosseguiu até então com ressalvas de melhoras, mas grande parte cheio de tragédias.Estou fazendo curso de informática! É bem legal até, mesmo que morra de preguiça de ir às vezes.
Vocês já se sentiram que soubessem como toda sua vida deveria ser, mas não fazer ideia do que ser neste momento? Quando tudo é uma droga e sabe que deveria estar em um lugar bem melhor? Que merece bem mais e ao mesmo tempo acha que meraça toda essa punição?
Não estou em posição de reclamar, na verdade. Faz á algum tempo que percebi que muitas das coisas que nos acontecem podem não ter sido nossa culpa, mas o que fazemos daí em dante é de total nossa responsabilidade.
Deveria estar trabalhando em algo para poder me sustentar, bem longe de tudo isso. Estou começando a querer a reagir. De verdade, sem ser com violência ou medidas mais drásticas, como normalmente imagino, contudo raramente ponho em prática.
A única alternativa que parece tão lógica quanto enfrentar seria fugir. O mais distante possível. Por mais que ame minha mãe até ela parece ser mais uma prisão que não consigo me libertar. Queria poder respirar ar fresco invés do ar tóxico que estou acostumada. Não é saudável para ninguém estar em um lugar que amarga sua vida, onde não te querem e convive com quem detesta e suporta por queles que ama. Isso é justo?
Viver em crise com o que pode fazer ou não. Ser limitada por crenças que nem imagina quando e onde surgiram, mas acredita fielmente. "Isso não é o suficiente", "Não me querem aqui", "Não sou capaz disso", "Mereço isso"...
Quero ir embora. Posso não saber voar e nem possuir asas, na verdade. Mas também não fui feita para viver em gaiola. Ninguem foi, nem os pássaros mais belos.
Sei o que quero me afastar urgentemente. E não faço ideia do que quero por perto. Agora. Não estou escrevendo quanto gostaria, uma das poucas coisas que sinto que me deixa feliz. O que não faz nenhum sentido. Por que pararia com a única coisa da qual gosto?
Parece que tudo está girando tão rápido que dá impressão de estar parado. Estou indo em direção a algo, e cada dia me aproximo mais, porém nada muda. Não sei se é auto flagelação, ou congelei no meio da caminhada. No momento não tenho vontade de morrer, mas não faço ideia de como deveria viver. Ainda sou muito orgulhosa de ir para o Outro Lado sem nem ter cumprido nem meio de um terço do que planejei.
Tento responder o que queria neste momento, e só me vem o que gostaria em um futuro próximo. Aquele que nunca chega. A apreensão de que sou bem mais do que estou sendo e ao mesmo tempo que não passo de um estorvo ou que só atrapalho.
Quando tento relembrar das bos memórias só vejo uma versão minha que não existe mais. E quando lembro das ruins tudo parece ter sido minha culpa. Se eu tivesse feito aquilo ou não tivesse feito nada... Assim por diante. Contruí uma barreira que destruí-la esta sendo mais trabalhoso do que foi cria-la.
A única coisa boa que aprendi, pelo menos, é que consigo superar tudo isso. Talvez não hoje, talvez amanhã. E não preciso fazer tudo sozinha, mesmo que meu instinto seja resolver todos os meus problemas por conta própria. O que não deu muito certo. Assusta, entretanto está tudo bem em sentir medo.
R.W.
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